Dia do Santo: 7 de Março
Eis dois vultos eminentes entre as heroínas do cristianismo da Igreja dos primeiros séculos dignas de louvor e admiração por causa da constância e firmeza imperturbável da fé.
Perpetua de família nobre, contava apenas 22 anos e tinha um filho de poucos meses. Felicidade, jovem casada prestes a ter um filho.
O pai de Perpetua assim que soube da prisão da filha tratou de procurá-la para afastá-la da religião de Cristo algumas vezes, sem sucesso. Outros cristãos estavam também presos com elas, um era diácono.
Diz Perpétua em seu diário: "Nos jogaram no cárcere e eu fiquei consternada porque nunca tinha estado em um lugar tão escuro. O calor era insuportável e éramos muitas pessoas em um subterrâneo muito estreito. Parecia que ia morrer de calor e de asfixia e sofria por não poder ter juntado a mim o meu filho que era de tão poucos meses e que necessitava muito de mim. O que eu mais pedia a deus era que nos concedesse um grande valor para ser capazes de sofrer e lutar por nossa santa religião".
Afortunadamente no dia seguinte chegaram os diáconos católicos e deram dinheiro aos carcereiros para que passassem aos presos a outra habitação menos sufocante e escura que a anterior, e foram levados a uma sala onde pelo menos entrava a luz do sol, e não ficavam tão apertados e incômodos. E permitiram que levassem o filho de Perpétua até ela, o qual estava secando de pena e acabamento. Ela disse em seu diário: "Desde que tive meu pequenino junto de mim, e aquilo não me parecia uma prisão, mas um palácio, e me sentia cheia de alegria". E o menino também recobrou sua alegria e seu vigor". As tias e a avó se encarregaram depois de sua criação e de sua educação.
O juiz apelou para que Perpétua retrocedesse, Perpétua confessou a fé inabalável em Jesus Cristo, apesar da continua sedução para que fosse para o paganismo. Depois Felicidade teve o filho e que foi entregue a uma irmã. Condenadas a flagelação, Felicidade em meio aos sofrimentos, um carcereiro lhe disse: "Se não tem força para sofreres agora que ser de ti na presença das feras ?" Felicidade respondeu: "Agora estou sofrendo, entregue a mim mesma; naquele dia, porem, estará em mim alguém que sofrera em meu lugar, porque para ele é que sofrerei" Quem sofre e dá a vida por Deus e pela fé, experimenta na hora suprema uma força e um sossego que os pecadores não conseguem imaginar.
O diácono Sáturo tinha conseguido converter ao cristianismo a um dos carcereiros, chamado Pudente, e disse-lhe: "Para que vejas que Cristo sim é Deus, te anuncio que serei jogado a um urso feroz, e essa fera não me causará dano algum". E assim sucedeu: o amarraram a o aproximaram da jaula de um urso muito agressivo. O feroz animal não quis fazer-lhe nenhum dano, e ao contrário deu uma tremenda mordida no domador que tratava de fazer com que se lançasse contra o santo diácono. Então soltaram a um leopardo e este com uma dentada destroçou a Sáturo. Quando o diácono estava moribundo, untou com seu sangue um anel e o colocou no dedo de Pudente e este aceitou definitivamente tornar-se cristão.
Perpetua foi a primeira vitima das feras, vendo que o pano de vestimenta que lhe tinham dado, para resguardá-la da nudez, se havia rasgado, cobriu-se de novo. Mais se preocupava com a virtude, do que com o martírio. Também se esforçou para por em ordem o cabelo desgrenhado e desalinhado, pois não achava não ser conveniente a uma Mártir apresentar-se naquele estado que parecia indicar tristeza e desânimo.
Havia no lugar um anfiteatro, onde costumavam ser conduzida as vitimas que sobreviviam ao encontro com as feras. Os Gladiadores a esperavam para dar-lhes o golpe de misericórdia. Pela ultima vez se abraçaram e beijaram, coroando assim o martírio com caridade e amizade. Caíram aos golpes, Perpetua ainda mal ferida pegou a mão do inexperiente e ajuda a levá-la a garganta.
Fonte:
ACI Digital;
Na luz Perpétua, I vol., 2ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico - Juiz de Fora - Minas Gerais, 1935;
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