Ao nos depararmos no conflito em que devemos nos abdicar das coisas terrenas para abraçarmos o oficio que nos é devido de amar a Deus e dar-Lhe o culto que é devido, surge em nós uma “balança” que começa a medir se isso compensará. Até chega-nos a conclusão de que para Deus não irá fazer muita diferença meu esforço no serviço. E assim adiamos cada vez mais a conversão, que fica só na promessa. Somado há uma mitológica esperança que deixamos guardar no subconsciente, de que vai cair do céu um favor e vai me fazer determinante e fiel seguidor. Ora, a conversão é uma decisão do agora, começa com pequenos esforços nossos, sempre renuncias. Consiste as vezes em sairmos da covardia da reclamação e abraçarmos a cruz que é dada a cada um. Sem reclamar de que a cruz que carrego é mais pesada do que a cruz de meu irmão, podemos descobrir o verdadeiro projeto de Deus para cada um de nós e o tamanho da pérola ou morada que temos guardado no céu, e o presente que ele nos reserva também aqui na terra.
“Perdido uma vez o tempo, que Deus na sua bondade nos concedeu, para fazermos penitencia e trabalhar para a nossa salvação, nunca mais o recuperamos”
(São Boaventura)
“Eu te peço por Jesus, o Todo Poderoso, não te enganes a ti próprio e não proteles a tua conversão, para que por esse teu descuido, tua alma não pare em mal caminho e uma circunstancia imprevista ou a morte repentina não te surpreendam e abismo do inferno não te devore”(São Pedro Damião)
“Porque tratas de adiar a tua conversão? Aproveita o dia de hoje. Cuida que da perda deste dia não resulte a do outro também. Perder uma hora só pode trazer-te a desgraça eterna”
(Santo Ambrósio)
Até quando vamos adiar nossa conversão para sair da vida parcial de seguimento do Evangelho?
Não imaginam que Deus sempre pede mais, porque pode nos dar mais e tem poder para isso?