ALGUNS PENSAMENTOS para AGOSTO, 2005
por D. Richard Williamson da FSSPX
vide: www.fsspx.org
Na edição de Maio-Junho deste ano da revista francesa bimestral “Sous la
Bannière”, na página 7, há uma interessante citação atribuída ao Cardeal
Ratzinger, agora Papa Bento XVI. Lê-se o seguinte:
“Uma fonte na Áustria, que prefere ficar anônima, nos assegura que o
Cardeal Ratzinger recentemente admitiu a seguinte frase a um bispo
austríaco seu amigo:
/‘Eu tenho dois problemas em minha consciência: D.
Lefebvre e Fátima. Quanto ao último (fátima), minha mão foi forçada. Quanto ao
primeiro, eu falhei’/.”
Com certeza se a “fonte na Áustria” prefere ficar anônima nós não temos
como verificar se o Cardeal verdadeiramente disse essas coisas sobre D.
Lefebvre e Fátima, mas a citação é pelo menos verossímil, portanto vale
a pena falar sobre isso um pouco.
Quanto ao que o Cardeal diz sobre Fátima, nós suspeitamos em Junho de
2000, quando o Vaticano – com o Cardeal na liderança – supostamente
publicou o terceiro Segredo, que haveria alguma trapaça acontecendo. Ou
Roma ainda estava escondendo o verdadeiro Segredo, aquele mantido em seu
quarto por Pio XII mas nunca lido, ou Roma estava revelando o verdadeiro
segredo mas distorcendo sua interpretação. De qualquer modo, nos
dissemos naquele tempo, Roma estava querendo por um fim em Fátima, e nós
vimos o Cardeal Ratzinger representando um papel importante na manobra.
Agora chega a citação da Áustria confirmando que o Cardeal estava
realmente participando na manobra. Quem “forçou sua mão”?* Foi João Paulo
II? Algum poder oculto por trás do Papa e do Cardeal? Só Deus sabe.
Quanto ao que a citação diz sobre D. Lefebvre, aqui também se a citação
não é verdadeira, é bem verossímil. Em Maio de 1988 quando D. Lefebvre
estava ameaçando consagrar bispos para a Fraternidade São Pio X, com ou
sem a permissão de Roma, foi o Cardeal Ratzinger que representou a Santa
Sé nas negociações que pretendiam impedir a “ruptura” que tais
consagrações implicariam. Nós lembramos que o Cardeal quase obteve
“sucesso” em 6 de Maio, quando D. Lefebvre assinou o rascunho de um
acordo, mas o Cardeal “falhou” quando o Arcebispo, depois de passar a
noite em claro, retirou sua assinatura no dia seguinte. E agora chega a
citação da Áustria confirmando que o Cardeal ainda vê a finalização
daquelas negociações como uma “falha”.
*O site e outros que estudam fim dos tempos acreditamos que foi a franco-maçonaria que esta há muito infiltrada no clero.
Até na imprensa como na revista Veja já comentou que o segredo de fatima não esta todo revelado.
Malachy Martin
Malachy Martin foi um padre jesuíta, que viveu alguns anos no Vaticano, exercendo então o cargo de secretário do muito modernista Cardeal Bea, um antigo confessor do conservador Pio XII (Papas conservadores arranjam cada confessor herege!).
Disse Malachy Martin, nesse mesmo livro - The Keys of this Blood New York: Simon & Schuster, 1990, p. 630).– que:
“O verdadeiro conteúdo desse “Terceiro Segredo” permaneceu por um longo tempo secreto até o Pontificado de João Paulo II. Nessa época, o conteúdo dele foi revelado para um suficiente número de pessoas em base privada, e ambos, João Paulo II e Joseph Ratzinger falaram com suficiente franqueza acerca do conteúdo de tal modo que afinal o essencial da mensagem podia ser seguramente esboçado” (Malachy Martin, The Keys of this Blood)
Será que Malachy Martin, nesse tempo em que trabalhava na Cúria Romana, leu o texto do famoso Terceiro Segredo de Fátima?
É bem possível que sim.
E que dizia o verdadeiro texto do Terceiro Segredo?
O Vaticano só publicou, — de repente — apenas a visão desse Terceiro Segredo e não o texto que acompanhava e explicava a visão dos três pastorezinhos...
Não se sabe porquê, talvez desgostoso com o que via acontecer no Vaticano, Malachy Martin deixou a Cúria, quis ser reduzido ao estado leigo, mas com o direito de rezar Missa em casa.
Desde então escreveu ele uma série de livros, nos quais desvelava muitas coisas que aconteciam no Vaticano.
De repente, ele foi encontrado morto em Nova York.
É um perigo saber muita coisa.
Morreu por tanto saber...
Que pensar então desse decreto papal “profético” — decreto de romance — publicado em 1990, e que tanto coincide com os boatos atuais?
O mistério é grande demais para ser entendido por quem, como eu, sabe tão pouco dos bastidores romanos, e que só aguarda, rezando, para que o Papa Bento XVI vença os lobos que uivam na noite do século XXI.
Rezemos pela alma de Malachy Martin, que sabia demais.
Fonte: Montfort